Presbiopia – Perguntas Frequentes

Perguntas Frequentes:

1. O que é Presbiopia?

Presbiopia significa olhos envelhecendo ou envelhecidos. Todas as pessoas vão ter presbiopia basicamente entre 35 e 45 anos. Ela ocorre porque o músculo ciliar e a lente natural dentro do olho (cristalino) não funcionam mais de uma forma tão competente como em um jovem para fazer a acomodação.

Acomodação é o processo no qual a lente dentro do olho muda de foco para podermos enxergar as coisas de perto. É interessante que se entenda, que todas as pessoas vão ter presbiopia. Entretanto, varia de pessoa para pessoa quando ela vai precisar de usar óculos para perto ou eventualmente quando será necessária uma mudança no grau que ela tem para longe.

2. Como podemos tratar a presbiopia?

A presbiopia é tratada com óculos para perto, que é tipicamente um óculos positivo. Mas se a pessoa tem, por exemplo, miopia, ela vai precisar de um óculos menos negativo para poder enxergar de perto. Dependendo da miopia muitas vezes ela pode simplesmente tirar os óculos para poder ver de perto, mas ela vai ter que encontrar a posição de acordo com a quantidade de miopia que ela tem. Agente lembra daquela fórmula que o foco seria 1 dividido pelo grau. Desse forma, quanto maior o grau de miopia, mais perto o foco. Por exemplo, se a pessoa tem (-2D) dois graus de miopia,ela vai conseguir fazer o foco a meio metro.

É fundamental fazer uma avaliação de cada caso para poder estudar qual a melhor forma de tratar a presbiopia.

É interessante falar sobre o caso dos hipermétropes e a presbiopia. Na hipermetropia, a pessoa consegue com esse sistema de acomodação compensar a hipermetropia durante grande parte da vida. Em algum momento, entre 35 e 45 anos, essa capacidade de acomodação que compensa a hipermetropia fica no limite e a pessoa começa a precisar de óculos primeiro para perto e eventualmente para longe também. No jovem quando a gente faz o exame de dilatação da pupila (cicloplegia) para se verificar a quantidade real de hipermetropia que o paciente tem. É muito comum a pessoa que nunca usou óculos até os 35/40 anos começar a precisar de óculos primeiro para perto e depois para longe também, pois antes da presbiopia a hipermetropia estava em fase latente.

No caso do míope pode acontecer o contrário. Esse sistema de acomodação pode fazer uma força durante a vida, que a pessoa nem sente, de modo que o grau de miopia se mostra mais forte do que ela precisa. É comum depois a pessoa passa de 35 ou 40 anos, começar a diminuir o grau de miopia durante a fase inicial da presbiopia até que ela fica com o grau real dela. Da mesma forma, quando se faz o exame de dilatação, a cicloplegia, permite-se avaliar o grau de miopia real que o paciente tem, ou eventualmente de miopia que o paciente precisa para fazer a visão de longe.

Alguns exames como a averrometria ou análise do wavefront ajudam a se documentar a óptica do paciente de uma forma mais objetiva, o que pode facilitar desde a prescrição de óculos ou lente de contato, até mesmo uma avaliação de um candidato que vai fazer cirurgia de correção visual refrativa.

3. Existe cirurgia para presbiopia?

A cirurgia ideal para presbiopia ainda não existe. Eu falo ainda porque existem vários estudos acontecendo no mundo todo para tentar fazer a restauração da acomodação. Isso já foi tentado de várias formas mas ainda não conseguimos uma forma eficiente para restaurar o processo de acomodação dentro do olho nesse mecanismo que a gente tem entre o cristalino, que é a lente natural, e o músculo que fica em volta dele, que faz uma contração, fazendo o processo de acomodação acontecer.

Apesar de não termos a cirurgia ideal para presbiopia, que seria para restaurar a acomodação, a gente tem várias opções cirúrgicas que podem melhorar o ponto de vista óptico a questão do paciente poder fazer a visão de perto de uma forma menos dependente de correção por óculos e lentes de contato.

Uma das mais comuns, que serve tanto para lente de contato como para cirurgia é o que a gente chama de báscula, ou visão balanceada. Nessa situação você programa um dos olhos, o olho dominante, para ficar para longe e o olho não-dominante para ficar com a visão melhor para perto. Essa é uma condição que mais de 90% das pessoas conseguem se adaptar, mas eventualmente é interessante fazer um teste com lentes de contato para ver se o paciente tem essa adaptação no caso de ele pensar em fazer a cirurgia para fazer uma forma de correção definitiva.

É importante entender que quando a gente faz a correção visual a laser personalizada a gente consegue trabalhar o que a gente chama de profundidade de foco. Isso pode permitir uma condição melhor na cirurgia do que em relação à que se consegue com lentes de contato. Mas é muito importante o paciente entender que o objetivo é reduzir a dependência de correção por grau, não sendo, infelizmente, o objetivo final de eliminar completamente e restaurar a acomodação como ele tinha quando tinha 25/30 anos.

A cirurgia do LASIK é a melhor forma de fazer essa combinação de longe-perto, mas é importante o paciente fazer exames complementares para avaliar se essa é a forma mais segura e como vai ser o melhor planejamento para esse tipo de cirurgia. 

4. O que é disfunção do cristalino?

A disfunção do cristalino começa com a presbiopia. A gente tem que primeiro entender que o cristalino é a lente natural dentro do olho. Essa lente natural tem um músculo em volta (músculo ciliar). Este músculo contrai e a gente faz um processo de acomodação para mudar o foco. Este processo acontece em frações de segundos, quando temos estímulo para se enxergar de longe-intermediário-perto.

Durante a vida, a gente vai perdendo essa capacidade de acomodar, essa perda é inexorável em relação à idade. Algumas pessoas talvez perdem um pouco mais rápido e outras vão demorar um pouco mais para ter essa perda, mas isso acontece em todas as pessoas.

Então, nessa fase inicial da presbiopia, a pessoa precisa de óculos para perto pois tem dificuldade de acomodar. A presbiopia é realmente o primeiro fenômeno nesse processo de disfunção do cristalino. Isso vai acontecendo de forma gradual, tanto é que o grau positivo (adição) vai aumentando até que chega num limite. Além do cristalino ter a perda da capacidade de acomodação, vai acontecer também a perda da transparência. O cristalino é uma lente transparente, o que permite a luz entrar dentro do olho e fazer uma imagem bem nítida na retina.

Essa situação da perda da transparência a gente chama de catarata. A catarata, tanto quanto a presbiopia, vai acontecer de uma forma gradual e de forma variável de pessoa para pessoa. Por exemplo, diabético tem uma tendência de ter uma catarata um pouco mais rápido. Alguns medicamentos como o corticoide podem precipitar a formação de catarata nos jovens, mas de forma bastante comum a gente ver a pessoa entre 40 e 45 anos começar a precisar de óculos para perto e isso vai evoluindo até uns 55/60 anos, aí a pessoa começa a ter a catarata e a qualidade da visão para longe começa a ficar prejudicada.

A cirurgia da catarata é evidentemente a forma definitiva de tratar essa disfunção do cristalino, mas a gente eventualmente tem que considerar cada caso para ver a indicação da cirurgia. Não precisa ter uma catarata avançada para indicar cirurgia, mas de forma bastante objetiva a gente tem que entender que o problema de cada paciente para a decisão de tirar o cristalino e implantar uma lente dentro do olho. Essa lente pode ser programada para corrigir a visão de acordo com cada caso. O estudo personalizado permite resultado refrativo para proporcionar maior independência de correção para perto. Atualmente, temos tecnologia disponível para aumentar a capacidade da cirurgia diminuir a dependência de correção por óculos, isso é a moderna cirurgia de catarata.

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